sexta-feira, 7 de maio de 2010

A NA ROSA DE ANA ROSA


E ambos ao caminharem naquele mesmo lugar, agora se encontram de frente um para o outro. Devem passar, falar ainda não, são desconhecidos. E ao se aproximarem os olhares se atravessam, vê seus olhos e encara através deles, encara a alma. Ela com olhos grandes e amendoados apenas a observar. Ele com pouco de sorriso derramado no canto da boca, a cumprimenta e sorrir com os olhos. A timidez dela desvia seu olhar e ambos passam um pelo outro agora olhando para frente. Ela, ainda acanhada, segue seu caminho, ele olha para trás e a analisa também de costas. Por trás dela o sol se põe e a tarde cai, o céu de azul agora está cor de rosa, e o cheiro daquela rosa no cabelo dela ele nunca mais esquece. Mal sabe ela o nome dele, ele nem arrisca o nome dela. Aquela flor nos fios negros e cacheados do cabelo dela é levada pelo vento sem a sua percepção. A brisa que a guia a deixa sobre o ombro dele e ele toma-a em suas mãos. Naquela rosa havia uma letra, havia simplesmente um A desenhado em uma das pétalas. Novamente olha para trás e volta a vê-la, o descuido fez aquela flor voar aos céus até não mais poder ser vista. A menina dona da flor, dona do A, tenta olha-lo, mas não consegue, continua insegura. Ambos continuam seus caminhos. E depois daquele dia, nunca mais eles se viram, mas também nunca mais se esqueceram.

Um comentário:

  1. Que terno.

    "Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno." Vinícius de Moraes

    ResponderExcluir