quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ilusões de Marionete



Se ainda é manhã não sabe, mas acorda passivo de continuar a afirmar o que sente. Incansavelmente confirma o amor que de tão amor é quase inalcançável. Amor é uma palavra forte, mas cabível. E de tão grande se faz cego de muito. Esquece cifras, perde-se de tudo. Ilusão oportuna a da boneca que acreditou nas palavras de seu possuidor, mas tais versos dedicados e dirigidos a doce peralta talvez fossem verdades. Se for amor ou uma simples possessão não se sabe dizer, sabe-se apenas que era demais. Cuidado com tudo que é demais - ouvia a boneca. Desconfie! Mas ela confiava em seu dono de tal maneira que ensurdecia diante dos outros. E ele cuidava da boneca como quem cuida a própria vida ou mais... Era a vida dela que estava em risco. Ela passava noites de olhos abertos e por mais que quisesse fechá-los não podia. Admirava próxima da estante de ferro aquele que dormia e sonhava com ela todas as noites. Puro e difícil o amor de ambos. Não diria impossível, pois existiu e se ainda permanece no peito de porcelana e pano, permanece no homem. Acorda preocupado com a boneca que agora dorme, e a desperta devagar e de leve para contar incansavelmente do seu amor por ela.

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