sexta-feira, 7 de maio de 2010

Decretos incertos de uma vida certa

O que eu quero? Um lugar reservado longe de tudo, distante de todos. Um lugar pra poder pensar no ontem, refletir agora, e até fazer planos para amanhã. Um espaço só pra mim, onde eu possa descobrir sozinha sentimentos ocultos, onde a música do momento seja composta por mim e o sol queira invadir violentamente este quarto escuro como se fosse romper o telhado.
O que eu desejo? Um ambiente cheio de gente. Pessoas andando, falando, fazendo barulho para espantar a tristeza. O calor humano mais aquecido que o calor do sol. Os sorrisos em direções distintas e olhares apontados para direções semelhantes. Um lugar tão animado que se pensa no agora, o amanhã só se vive ou se planeja amanhã mesmo. Um espaço onde eu sou uma parte que completa um todo. Onde ninguém pára, ninguém tem filosofias... Apenas se curte o momento.
O que eu espero? Que o frio se acabe, que se quebre o gelo que há nesta situação. Que a lua por estar a provocar tal frieza mude de fase. Que mude de fase também as pessoas que por frieza se fecham para o mundo, se fecham do mundo. Ali a tristeza afasta ruídos... Espanta-os.
O que eu almejo? Que continue este frio, pois só assim as pessoas se abraçam. Que a lua continue cheia e ilumine casais de namorados. Que até ruídos mínimos os façam rir, que a musica do momento seja dedicada a ela, dedilhada por ele no violão afinado. Que os sentimentos jamais ocultos se apossem de ambos, num lugar reservado, para os dois.
O que eu peço? Água para matar a minha sede. Peço a sede de querer vencer e não desistir tão fácil por causa da queda. Exijo a volta por cima, a maioria consegue, porque não eu? Imploro pela claridade, por amizades que se possam chamar assim, pela paz, sossego...
O que eu vejo? A água da chuva grossa caindo sobre um casal de apaixonados. Vejo todos com sede, e é fácil saber por quê. Pularam de mais, brincaram muito, divertiram-se. Já clareia o dia e ninguém pensa em ir embora, só exigem que isso se repita por várias vezes. Amigos de verdade param e perguntam: Porque você veio? Nem eu sei por que eu... Não importa. Estou feliz e é o que vale.
O que eu quero, o que eu desejo, o que eu espero, o que eu almejo, o que eu peço, o que eu vejo... Há altos na vida, onde a felicidade deve ser controlada. É um período excelente, onde tudo corre bem e ainda por cima é em torno de ti. Mas, há baixos que deixam altos só na lembrança ou até mesmo no esquecimento... Cabe a ti controlar os sentimentos exacerbados e não se dá por vencido. Eles raramente não vêm juntos, provamos um de cada vez, cabe a nós termos o controle sobre eles e sobre nós mesmo em tais situações. Espera, a felicidade já vem!!!

Um comentário:

  1. Acho esse texto lindo demais!

    Lembrou Manuel Bandeira:

    "Um dia serei feliz?
    Sim, mas não há de ser já:
    A Eternidade está longe,
    Brinca de tempo-será."

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