sexta-feira, 7 de maio de 2010

ABSTRATO

A falsidade e a ingenuidade andavam juntas... Falsidade falava para ingenuidade algumas estórias da ‘amiga’ mentira, que estava sentada sob um pé de castanholas, sozinha de cabeça baixa. Tristeza num outro canto tocando seu violão enquanto a felicidade dava uma volta, esta de tão feliz pulava e não parava quieta em canto algum. Perseverança tentava há horas ter uma conversa aberta com a timidez, mas esta de tão reservada não conseguia falar uma só palavra. O ódio que passava por ali parou onde suas conhecidas: a inveja e a curiosidade. Tiveram um diálogo bem longo, eles se entendem! Não se contentou e perguntou-as se haviam visto o amor por ali, curiosidade sem perder a vez desejava saber o que ele queria com o amor, o ódio calou-se. A inveja respondeu que não sabia do amor e nem queria saber, saiu com raiva. Ao lado de um córrego a pressa observava rapidamente sua maior inimiga, a perfeição, que estava a brincar com a paciência, comiam maçãs despreocupadas. Próximo dali chorava o arrependimento, mas não estava só, o amparo o consolava e o acolhia em seus braços. A verdade, também embaixo de um pé de castanholas, não estava sozinha e argumentava de cabeça erguida com a razão, ambas já vividas contavam com seriedade seus aprendizes de vida. Cansada a velhice agora vai pra casa, com a bengala já bem usada anda passo a passo no caminho de volta,quer descansar. Beleza e vaidade vão chegando agora, atrasadas como sempre, elas têm muito que falar, conversam mais que todos e não param a língua, mais atrasadas do que elas somente a lerdeza e até este momento não veio, mas ela costuma vir, é só esperar mais um pouquinho. A preguiça já devia ter ido embora e só não foi ainda, pois estava esperando sua amiga disposição chegar pra então poder sair. Um grupo de amigos estava na parte de cima do parque, encontravam-se a esperança, a confiança, a compreensão e dentre eles estava o amor. Ah, o amor nunca está sozinho e na maioria das vezes está com estes amigos no qual nomeia de inseparáveis. Estavam chegando para perto dele também a fidelidade que subia de mãos dadas com o carinho, chegavam juntos. Ah, o amor suspirava de tão feliz. Ele observava calmamente todos que o rodeava. Puro, aconselhava os amigos que o completavam. Naquele dia muitos vieram até este parque, chegaram a horários distintos, brigavam os que não se entendiam, brincavam aqueles unidos, mas vieram quase todos. O amor, puro como sempre, estava ali a unir os outros. De uma forma bem concreta sentimos aquilo de mais abstrato que existe.

Um comentário:

  1. Que delícia de texto. Deu assim uma alegria tão gratuita. Adorei visualizar a cena, os sentimentos assim, tão palpáveis. Muito bom!

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