domingo, 26 de dezembro de 2010

Inconstância


Eu queria poder escrever agora, mas que escreveria? Mutável o sentir e instável. A borboleta de Clarice se faz de mim agora. Hesitar enfim desde o que se tem certeza ao que não se faz idéia. Ou um ou outro... Nenhum. Mais vale usar a sabedoria neste, e se ausentar-se de mim então, que hei de fazer? Poderia ficar a escrever as dores de um namoro gorado, os fracassos de um dia estranho ou ilusões alheias... Ou escreveria da vida e seus sentidos, da biografia de dois apaixonados e declarações. Eu quero só poder escrever. Incertamente e livremente minutar, provar e aprovar. Ouvir histórias e senti-las. Ciente de tudo, conhecedor dos sentimentos incertos, sabedor dos anseios verazes. Constante a vida se faz monótona. Uma precária inconstância diverte.

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